sábado, 17 de setembro de 2011

"no dia em que te esqueci"

já me deixei de ilusão, eu não sou mulher para ti, mas não posso negar que os momentos que vivemos juntos, foram os mais fantásticos de sempre! foste sem dúvida a pessoa mais importante da minha vida e não vou negar que serás inesquecível, dure dias ou anos. assim serás por ter sofrido demais com este amor não correspondido e não penses que te condeno por isso, muito menos quero que fiques com a ideia que o meu amor por ti se transformou em ódio ou raiva. não, claro que não, não transformei este amor em sentimentos opostos. tu sabes perfeitamente o quanto eu sofria, sempre soubeste e por isso quero que te sintas bem com o que te escrevo. vives dentro de mim por tudo o que representaste de bem e de mal também, a revolta, as tristezas ou desilusões que me causaste, só aconteceram por eu ter permitido que me fizesses mal ou bem!
acho que sempre tiveste medo quando falava deste amor por ti, quando te dizia para dar-mos o tal passo, tiveste medo de confiar, acreditar ou apostar naquela relação que poderia vir a ser eterna. na minha opinião isso revela uma tremenda insegurança da tua parte, demonstrada pelas vezes que dissemos um ao outro para cada um seguir o seu caminho e foram tantas essas vezes. insegurança essa mais que revelada na forma como decidiste sair da minha vida, ao não teres sido capaz de apresentar um motivo ou a coragem para dizer adeus. não tenho dúvidas, que se o tivesses feito, tinha sido mais fácil esquecer-te.
primeiramente lutei com todas as minhas forças para te conquistar, nesses momentos sonhava contigo de uma forma optimista, ao final de algum tempo, percebi que lutar não era tudo – decidi esperar por ti! vivia uma mistura de amor com solidão e por fim, tinha chegado a altura de perceber que o nosso destino, aquele que nos juntou, era o mesmo que não iria querer que ficássemos juntos. ainda acreditei que íamos ficar amigos, o que nem isso aconteceu.
após a tua ida, atravessei diversas fases. aceitar que já não estarias mais ao meu lado, aceitar que não irias voltar a chamar-me de “meu amor”, acordar com o teu bom dia ou adormecer ao sabor da tua voz romântica, levou-me ao desespero. chorei rios de lágrimas, não tenho vergonha de admitir, chegando à conclusão que quem não nos quer ver a sofrer, não dá motivos para derramar uma única lágrima! as saudades doíam, mas isso é algo que vamos ainda sentir, não achas? estava a dar-te espaço e tempo quando o que toda a gente me dizia era que não eras merecedor, de tal coisa. veio a fase do falso esquecimento, coração cicatrizado de profundas feridas, fingi que amava outros homens na expectativa de que eles iriam fazer-me esquecer-te. pensava em ti, em nós, aquilo que fomos e podíamos ter sido, se bem que hoje agradeço por tudo ter acontecido tal como aconteceu. tu foste a minha grande aposta e a minha maior decepção. eu quis tanto que me amasses, mesmo sabendo que não se pode querer isso dos outros.
entre o querer esquecer-te e continuar a viver com uma dor mais amenizada, levou o seu tempo, o que também em nada ajudaste! mas acho que nem em mim mais pensaste quando decidis-te terminar o tudo que tinhamos, acabando por ficar sem espaço na tua vida. não estou a incutir culpa em alguém, porque já sofri tudo o que tinha a sofrer por ti. passei a relativizar o que não se torna fundamental para a minha sobrevivência. no teu lugar não existe mais ninguém, esse espaço simplesmente foi extinto dentro de mim, colocando uma simples placa a dizer: Tudo passa!
pois é meu querido, é bem verdade que tudo passa na nossa vida, como tu passaste por mim e não ficaste. é preciso que queiramos muito para que tudo passe e eu quis muito. Hoje posso dizer com toda a certeza que te esqueci!
para terminar, acho que nunca mais vamos utilizar a palavra “nós”, porque naquele dia – dia do teu esquecimento, passámos a ser Eu e Tu, dois pólos opostos. peço ainda que me perdoes todo o mal que porventura, te possa ter causado, o que quanto a mim, perdoei-me e perdoei também os teus erros.

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